Glossário

Auto-mise-en-scène: conceito formulado por Claudine de France e retomado por Comolli no artigo "Carta de Marselha sobre a auto-mise-en scène": "Noção essencial em cinematografia documentária, que designa as diversas maneiras pelas quais o processo observado se apresenta ao cineasta no espaço e no tempo. Trata-se de uma mise-en-scène própria, autônoma, em virtude da qual as pessoas filmadas mostram de maneira mais ou menos ostensiva, ou dissimulam diante do outro, seus atos e as coisas ao seu redor, ao longo das atividades corporais, materiais e rituais. A auto-mise-en-scène é inerente a todo material observado. (Revista Devires, n.2, v.1, jul/dez 2004, p. 156)


Corpo: "um conjunto forjado do visível e do invisível, do consciente e do inconsciente, e é esse conjunto complexo que o cinema filma, que ele transforma em corpo filmado, que ele exalta o intensifica de uma só tacada." (Revista Devires, n.2, v.1, jul/dez 2004, p. 166)


Duração: "O espetáculo é ávido e impaciente, ele não tem tempo (time is money), ele não escuta, ele não espera. O cinema pode fazer exatamente o contrário: tomar todo o tempo, voltar sobre o motivo, esperar e recomeçar. (...) Isso é a condição da palavra poética." (Revista Devires, n.2, v.1, jul/dez 2004, p. 161)